No Brasil, até meados do ano de 2005, pouco ou quase nada se conhecia sobre banheiros adaptados para pessoas ostomizadas. Haviam relatos isolados de instalações rudimentares, onde no máximo se observava uma ducha higiênica, colocada em posição menos desconfortável, para a lavagem das bolsas coletoras de fezes e urina.
Isso é explicado pelo fato de que a eficiência de tal projeto exige o levantamento dos hábitos de higiene de uma pessoa ostomizada, ou seja, é preciso saber como se efetivam os movimentos e os procedimentos para descarga e lavagem dos dejetos contidos nessas próteses removíveis. É bom notar que para tal levantamento, a intimidade de um grupo de ostomizados seria invadida, certamente, de forma constrangedora.
Além disso, a construção desses banheiros para múltiplos usuários, exige um constante trabalho de pesquisa. Essas pesquisas devem se voltar para o cálculo da altura média dos estomas daqueles que se pretende atender e para o aprimoramento da funcionalidade dos aparatos da construção.
No Japão essa jornada já foi iniciada desde o ano de 1988 e, mesmo assim, não nos parece que os resultados sejam plenamente satisfatórios. Notamos nas instalações mostradas nas fotos da página “BANHEIROS PARA OSTOMIZADOS NO JAPÃO”, que não se contemplou a redução da distância entre o abdômen do ostomizado, portanto o local do estoma, e as bacias destinadas às descargas.
Isso denota um descompasso, plenamente justificável, entre a técnica construtiva e a realidade de um ostomizado, conforme explicado acima.
Nesse ponto, o nosso propósito é iniciar um processo de discussão de todas essas questões, de forma que cheguemos a um projeto ideal. Esse projeto deve contemplar, sob o ponto de vista de um ostomizado, uma perfeita e confortável higiene das bolsas coletoras e a sua troca.
Foi pensando assim que o autor dessa página, um Engenheiro Civil ostomizado, resolveu divulgar um conjunto de instruções básicas para a construção de banheiros adaptados para as pessoas ostomizadas.
Esse manual vem sendo divulgado na Internet desde meados do ano de 2005, com o título de “Cartilha para Construção de Instalação Sanitária para Pessoa Ostomizada”.