As ostomias convencionais, ou seja, aquelas que são colocadas na parede abdominal sem nenhum recurso cirúrgico para controle da incontinência, se complementam com o uso de bolsas coletoras de fezes ou urina.
Essas bolsas são coletores de plástico com placas feitas de cola especial, geralmente resina sintética, para serem fixadas a pele.
Definindo as principais "ostomias" que se complementam com o uso de bolsas coletoras.
O que é um estoma?
Segundo o dicionário Houaiss um "orifício ou poro diminuto" ou " abertura feita na parede abdominal por meio de colostomia, ileostomia, etc".
A 10ª atualização do Código Internacional de Doenças (CID-10) trata os estomas como orifícios artificiais.
Essa é a imagem de um estoma intestinal.
O que é ostomia?
É uma cirurgia para construção de um novo trajeto para saída das fezes ou da urina.
O que é colostomia?
É quando a ostomia é realizada no intestino grosso. Nesse tipo de ostomia as fezes, geralmente, são mais consistentes.
O que é ileostomia?
É quando a ostomia é realizada no intestino delgado (fino). Neste tipo de ostomia as fezes são, inicialmente, líquidas. Com o decorrer do tempo elas passam a ser semilíquidas ou semipastosas. Notamos que durante o dia essa consistência pode variar, geralmente, em decorrência da alimentação.
O que é urostomia?
É um estoma colocado para saída de urina.
Em todos esses casos os ostomizados precisam de uma bolsa coletora para coletar suas fezes ou urina.
TIPOS DE BOLSAS COLETORAS
Existem vários tipos e modelos de bolsas coletoras que foram criados para melhor atender as diferentes necessidades e dimensões dos estomas.
Nesse trabalho serão apresentadas as bolsas coletoras mais usadas, em especial as distribuídas pelo Sistema Único de Saúde - SUS no território brasileiro.
No Brasil as marcas mais conhecidas são a Hollister, Coloplast, Convatec e Shelter. Algumas dessas Empresas expõem seus produtos na Internet e oferecem atendimento gratuito ao público, via e-mail ou telefone.
OBSERVAÇÕES:
1) - As fotos apresentadas a seguir foram tiradas de produtos das marcas citadas e estão sendo usadas nessa apresentação como meras ilustrações. Essas imagens não expressam as preferências do autor desse site.
2) - A prescrição de bolsas coletoras para ostomizados deve ser efetuada por profissionais envolvidos no assunto, em especial os Estomaterapeutas.
3) - Para facilitar o entendimento desse assunto adotaremos uma linguagem simples e de domínio público.
Elas podem ser basicamente de dois tipos, considerando-se a sua finalidade:
- as que coletam fezes são chamadas INTESTINAIS e;
- as que coletam urina são chamadas URINÁRIAS.
Na foto da Fig.1 observa-se uma bolsa coletora de fezes, ou seja, uma bolsa do tipo INTESTINAL. Note-se que ela é, também, drenável e o seu fechamento, para que não haja saída dos dejetos, é feito com um "clamp".
A imagem ao lado mostra um "clamp", "clip", "pinça" ou "fecho" usado para o fechamento das bolsas coletoras intestinais, drenáveis. Vamos adotar nesse trabalho o termo "clamp".
Considerando-se a sua forma de descartar os dejetos fecais as bolsas coletoras podem ser:
- DRENÁVEIS e;
- NÃO DRENÁVEIS.
As bolsas drenáveis se apresentam com uma abertura na extremidade inferior por onde são esvaziadas, periodicamente, e costumam ter maior durabilidade. Uma de suas vantagens é que reduzem as lesões na pele do abdômen. Para os ostomizados, quanto menor o número de trocas de suas bolsas coletoras, menor serão os danos a sua pele. Os constantes descolamentos das barreiras podem contribuir para o aparecimento de lesões na região em torno do estoma.
As bolsas não drenáveis são fechadas, isto é, a extremidade inferior não se abre e elas não podem ser esvaziadas. Elas devem ser trocadas quando estiverem com um 1/3 de sua capacidade preenchida ou quando for necessário.
A imagem da Fig.4 mostra uma bolsa coletora INTESTINAL e NÃO DRENÁVEL, por conta disso, sempre que cheia (1/3 do seu conteúdo) deve ser descartada. A bolsa ao lado apresenta um filtro para retirada dos gases.
Considerando-se o conjunto as bolsas coletoras podem ser:
- de UMA PEÇA quando a placa e a bolsa coletora estão dispostas em uma só peça e;
- de DUAS PEÇAS quando a placa e a bolsa coletora estão dispostas em peças separadas.
As placas, também, são conhecidas por "barreiras protetoras de pele", "flanges", "bases", etc.
As bolsas de uma peça são as mais utilizadas e costumam ter um preço mais acessível do que as de duas peças. Por essa razão são as mais distribuídas pelo SUS, no Brasil. Elas duram em média, em condições normais, cerca de 3 dias.
As bolsas de duas peças ou equipamento de 2 peças para ostomia, têm coletor plástico em separado que se encaixa na placa colada no abdômen. Geralmente, esses modelos são mais caros e duram um pouco mais do que os demais.
Essa disposição facilita as lavagens internas da bolsa, que podem ser feitas com ela fora do corpo. Além disso, esse tipo de bolsa fornece uma proteção adicional para os estomas, porque os conserva dentro do estojo que se cria com a junção da placa e a bolsa.
Na Fig.7 é mostrado um outro tipo de bolsa coletora, entre muitos, de DUAS PEÇAS. Nesse caso, o destaque fica por conta da diferença do encaixe que não se faz por pressão da bolsa sobre a placa, como mostrado a seguir no item 3.2.
Considerando-se a flexibilidade das placas temos:
- PLACAS FLEXÍVEIS e;
- PLACAS DURAS.
Na Fig.8 observa-se uma das placas do tipo FLEXÍVEL usada nas bolsas coletoras de DUAS PEÇAS.
Note-se que a barreira protetora de resina sintética (flange) é MENOR nesse modelo. Assim, a sua fixação no abdômen é reforçada por um adesivo microporoso hipoalergênico (papel poroso) que circunda a barreira.
Esse tipo de placa costuma se adaptar melhor as irregularidades da superfície do abdômen.
As placas duras não devem ser usadas em ostomias baixas, sobre a dobradura da virilha. Nessa posição elas oferecem resistência ao "ato de sentar" e podem provocar pequenas lesões nessa região.
Na Fig.9 observa-se uma placa do tipo DURA usada nas bolsas coletoras de DUAS PEÇAS.
Note-se que a barreira protetora de resina sintética (flange) é MAIOR nesse modelo. Por conta disso, a sua fixação não precisa de reforço do adesivo microporoso, usado nas placas flexíveis.
Esse tipo de placa se adapta melhor as ostomias altas, acima do umbigo, por terem flexibilidade reduzida.
Os detalhes mostrados a seguir são referentes a bolsa mostrada na Fig.6.
Esse é o encaixe da placa usado para fixar a bolsa coletora. Note-se que ele é do tipo "macho".
Esse é o encaixe da bolsa. Note-se que ele é do tipo "fêmea". Além disso, ele tem os encaixes (furos) para colocação do cinto de sustentação da bolsa, quando se fizer necessário.
Os detalhes mostrados a seguir são referentes a bolsa mostrada na Fig.7.
Essa bolsa coletora tem um fecho como apontado pela seta. Quando esse fecho é aberto a bolsa se solta da placa. Quando ele é fechado a bolsa se fixa na placa.
Esse é o encaixe do tipo "fêmea" da placa que recebe a bolsa do detalhe acima.
Publicação: 14/05/2008.
Autoria: Engº Spencer Ferreira.
Na próxima página (segunda parte), serão mostradas as bolsas coletoras conhecidas como: - opacas, transparentes, pré-cortadas, recortáveis, planas e convexas. Além disso, falaremos dos cintos de sustentação, filtros para gases, etc.