Ostomizados de Friburgo precisam de ajuda.

 

 

 

 

 

É certo que a realização de uma estomia/ostomia provoca mudanças no estilo de vida das pessoas. Essas mudanças alteram padrões comportamentais, como é o caso da aprendizagem com relação ao autocuidado, alterações no estilo de vida, implicações sexuais, etc.

 

Assim será visto no artigo que segue, aceito para publicação pela Revista Estima em 29/03/2010 e publicado em seu volume 8 (1) - Jan/Fev/Mar - 2010, páginas 18 a 24.

 

"A Revista Estima é o veículo oficial de comunicação da SOBEST - Associação Brasileira de Estomaterapia, distribuída gratuitamente aos membros ativos da associação".

 

 

 

IMPACTO DA ESTOMIA: SENTIMENTOS E HABILIDADES DESENVOLVIDOS FRENTE À NOVA CONDIÇÃO DE VIDA.

 

 


Gilson Oliveira, Caroline do Valle Chemzarian Maritan, Cristina Mantovanelli, Geovana Regina Ramalheiro, Thamires Caroline de Alencar Gavilhia
Acadêmicos do Curso de Enfermagem da UNIP São José do Rio Preto SP.

Adriana Aparecida Delloiagono de Paula
Enfermeira Doutora em Enfermagem. Docente do Curso de Enfermagem da UNIP São José do Rio Preto SP.

 

E-mail para contato: enf_gilson@ig.com.br (Enfº Gilson)

 

 

 

1) - Introdução.

 

As palavras ostomia, ostoma, estoma ou estomia são de origem grega. Elas significam boca ou abertura e são utilizadas para indicar a exteriorização de qualquer víscera oca no corpo. Conforme o segmento exteriorizado, as estomias recebem nomes diferentes: no intestino grosso = cólon = colostomia, no intestino delgado = íleo = ileostomia. A técnica da estomia é a abertura de um órgão por meio de ato cirúrgico, formando uma boca que passa a ter contato com o meio externo para eliminações de dejetos, secreções, fezes e/ou urina1. A realização de uma estomia pode ser decorrente de patologias do sistema gastrointestinal, traumatismos colo-retais, anomalias congênitas e hoje principalmente de tumores colo-retais. Evidenciados de que “o número de casos novos de câncer de cólon e reto estimados para o Brasil no ano de 2008 é de 12.490 casos em homens e de 14.500 em mulheres. Estes valores correspondem a um risco estimado de 13 casos novos a cada 100 mil homens e de 15 para cada 100 mil mulheres2.” Dependendo da etiologia da doença, o cirurgião indica a realização de uma estomia temporária ou definitiva. As estomias temporárias são realizadas para proteger uma anastomose, tendo em vista o seu fechamento num curto espaço de tempo. As estomias definitivas são realizadas quando não existe a possibilidade de restabelecer o trânsito intestinal, geralmente na situação de câncer. Os pacientes com estomias definitivas requerem apoio contínuo, pois seus problemas são duradouros e cíclicos.

 

Independentemente de ser temporária ou definitiva, a realização desse procedimento acarreta uma série de mudanças na vida do paciente tais como: necessidade de realização do autocuidado com a estomia, aquisição de material apropriado para a contenção das fezes ou urina, adequação alimentar, convivência com a perda do controle da continência intestinal ou vesical, eliminação de odores, alteração da imagem corporal, bem como alteração das atividades sociais, sexuais e cotidianas3. Alterações profundas são causadas no modo de vida das pessoas que necessitam ser submetidas a realização de uma cirurgia e conseqüentemente a de uma estomia, onde altera a sua fisiologia gastrointestinal, auto estima, imagem corporal, entre outras. E para o enfermeiro fica o desafio para o cuidado com esses indivíduos4. A falta de conhecimentos destes indivíduos é observada quando eles se deparam com parte de seu intestino exteriorizado em seu abdome, tendo dificuldade de enfrentar sua nova condição5.

 

Após a cirurgia, o estomizado até pensa em como reiniciar sua vida, como adotar maneiras práticas de manter suas atividades sociais, interpessoais e de lazer, anteriores à cirurgia e também a inclusão de novas rotinas como: freqüência ao médico, como saber lidar com as dificuldades que possam aparecer e até mesmo à aquisição de dispositivos6, porém o impacto muita vezes resulta em sentimentos negativos para este indivíduo, sentimento de perda, inaceitação, falta de privacidade, inutilidade, desgosto, depressão e até mesmo o isolamento que ele próprio colocou para si, afeta ainda a vida sexual da pessoa estomizada e preocupações que surgem no seu dia a dia em vários aspectos7.

 

Boa parte das dificuldades sexuais mostradas em alguns estudos se origina do estado psicológico, pela vergonha frente ao parceiro, sensação de estar sujo e repugnante, gerando medo de ser rejeitado pelo outro. Isso ocorre porque todo ser humano constrói, ao longo de sua vida, uma imagem de seu próprio corpo, onde tem haver com os costumes e ambiente em que vive, para ter suas necessidades atendidas e se situar em seu próprio mundo. A imagem corporal esta ligada a conceitos de juventude, beleza, vigor, integridade e saúde, para tanto aqueles que fogem ao conceito de beleza corporal podem experimentar ao senso de rejeição e de estar sendo excluído8.

 

Diante do exposto o estomizado ainda busca alcançar uma melhor qualidade de vida possível, de bem estar e de autonomia, além de sua volta às atividades diárias e de lazer. E a reabilitação é a meta principal da equipe que assiste ao estomizado, inseri-lo novamente na sociedade, ajudá-lo a identificar e ultrapassar os obstáculos que envolvem dimensões físicas, psicológicas, sociais e espirituais9.

 

Com a experiência adquirida o estomizado utiliza estratégias de enfrentamento, com as quais passa a lidar com os problemas / modificações cotidianas ocorridas em função do novo, a sua estomia6.

 

O processo de cuidar do ser humano estomizado, visa à identificação das necessidades assistenciais individuais, o estabelecimento do nível de ajuda profissional exigido e o suficiente e adequado provimento de recursos para a reabilitação. Para tanto, tornam-se elegíveis como princípios norteadores desse cuidar, a competência especializada dos profissionais e, especificamente, do enfermeiro; a reabilitação e a qualidade de vida como pano de fundo para a busca do autocuidado ou o cuidado compartilhado, onde paciente e família atuem como elementos fundamentais no processo de tomada de decisões10.

 

As implicações do impacto do estoma incidem diretamente sobre o paciente e, indiretamente, sobre a família11. Diante destes aspectos procurou-se conhecer melhor o impacto do estoma sobre a clientela atendida em um serviço de saúde localizado no interior do estado de São Paulo.

 

 

 

2) - Objetivo.

 

Avaliar o impacto da estomia na vida do indivíduo.

 

 

 

3) - Métodos.

 

Trata-se de um estudo de natureza exploratória descritiva, com abordagem qualitativa. O estudo foi realizado em um Ambulatório Regional de Especialidade (ARE) na cidade de Catanduva, interior de São Paulo.

 

O projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas “Padre Albino” de Catanduva, recebendo parecer favorável para a sua realização sob o nº 25/09.

 

A amostra foi constituída de 19 pacientes que participam do grupo de estomia e que atenderam os critérios pré-estabelecidos e concordaram em participar do estudo após assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados ocorreu no mês de julho de 2009.

 

Este grupo desempenha atividades, a nível ambulatorial, visando avaliar a reabilitação das atividades de autocuidado da estomia e pele periestomal, bem como o retorno à participação social. Tem por princípio que a convivência da pessoa estomizada com outras já reabilitadas, poderá ser uma estratégia facilitadora no processo de reabilitação. A troca de idéias concernentes à vida familiar e social entre os estomizados pode contribuir ou eliminar o isolamento, o sentimento de rejeição e aumentar a autoconfiança da pessoa estomizada, influenciando de modo positivo na reabilitação11.

 

O grupo, no período em que os dados foram coletados, era composto por 44 pacientes, porém deparou-se com recusa na participação por parte de quatro pacientes, 12 foram excluídos por não atenderem os requisitos pré-estabelecidos de inclusão na amostra (ter idade igual ou superior a 18 anos, estar em condições mentais satisfatórias e capacidade de compreensão), quatro estavam viajando no período de coleta de dados, um encontrava-se hospitalizado e quatro não foram localizados após várias tentativas de contato. A amostra do estudo foi constituída por 19 (43%) pacientes estomizados definitiva e que freqüentavam o grupo de estomia do ARE Catanduva.

 

Utilizou-se como estratégia entrevista semi-estruturada, onde se abordou os seguintes temas: a causa da estomia, mudanças ocorridas após o procedimento cirúrgico, o auto-cuidado, alterações nas atividades de lazer, mudanças na vida sexual e a participação da família no processo. Estes temas foram estabelecidos com base nas literaturas estudadas sobre o tema. Este instrumento foi submetido à validação aparente e de conteúdo, por três juízes, profissionais de enfermagem, que possuem conhecimentos prévios do tema proposto, isto é, estomia.

 

Os indivíduos da investigação foram esclarecidos sobre a pesquisa no Grupo por ocasião das reuniões mensais. Após o consentimento, o indivíduo foi novamente contatado por telefone sendo agendada em sua residência a entrevista.

 

Para avaliação dos resultados, foi procedida uma adaptação dos princípios da Análise de Conteúdo priorizando a técnica da Análise Temática12. Inicialmente procurou-se caracterizar a amostra e posteriormente foi realizado análise dos temas buscados na entrevista.

 

 

 

4) - Resultados.

 

 

Caracterização da amostra

 

Com relação ao sexo identificamos 10 (52,6%) do sexo feminino, sendo 18 (94,7%) portadores de colostomia e 02 (5,3%) portadores de ureterostomia, ressalta se que um paciente era portador de ambas estomias, a média de idade entre os pacientes foi de 63,8 anos. O tempo de realização da estomia variou de 1 a 14 anos da realização da cirurgia, sendo que a maioria (89,5%) encontrava-se em um período menor que 5 anos.

 

Quanto a atividade profissional, os pacientes foram unânimes (100%) em responder que não realizavam nenhuma atividade profissional. Supõe-se que tal fato se deve a faixa etária dos pacientes estudados, encontrarem-se a maioria acima de 60 anos (73,7%).

 

Quanto ao nível de escolaridade, percebeu-se que a maioria dos indivíduos entrevistados enquadra-se nas categorias de ensino fundamental (63,2%). Na clientela estudada não houve nenhum caso com formação superior. Bellato et al13 enfatizam que o conhecimento da escolaridade dos estomizados pelo enfermeiro permite que este se adeque ao nível de entendimento dos mesmos.

 

 

Impacto da Estomia

 

Ao se perguntar a causa da estomia para os pacientes, constata 18 (94,7%) das respostas relacionando a causa com câncer e 1 paciente com Doença de Crohn (5,3%). Observa-se pelas respostas apresentadas que além do estigma do câncer e de sua localização corporal, os pacientes tiveram suas preocupações agravadas pela realização de uma estomia.

 

Segundo Cascais et al7 mundialmente, em cada ano ocorrem cerca de 945 mil casos novos de câncer que acometem o cólon e o reto, sendo o quarto tipo mais comum de câncer no mundo e a segunda em países desenvolvidos. O prognóstico deste tipo de câncer, segundo o INCA2 pode ser considerado de moderado a bom, dado ser o segundo tipo de câncer mais prevalente no mundo (depois do câncer de mama), com uma estimativa de 2,4 milhões de pessoas vivas diagnosticadas nos últimos cinco anos. Ressalta-se que estes dados dependem da precocidade do diagnóstico e do estadiamento do tumor.

 

Para Maruyama14 a vivência de um câncer e de uma colostomia, a qual muda permanentemente a vida diária do sujeito, constitui um dos momentos mais críticos da vida de uma pessoa, por implicar um sistema complexo de análise e reflexão da própria biografia, cujos significados foram construídos ao longo das suas experiências de vida.

 

Com relação a mudanças pessoais ocorridas após a realização da estomia, apenas 4 (21%) relataram não terem tido mudanças no estilo de vida, sendo que 15 (79%) afirmaram terem sofrido mudanças após a realização da estomia.

 

...Ah, eu acho que mudou bastante coisa com esse trequinho aqui do lado, eu não consigo agachar.

 

Vários autores afirmam que a realização de estomia acarreta alterações profundas nos modos de vida das pessoas. A pessoa submetida a este tipo de intervenção enfrenta várias modificações no seu dia-a-dia, as quais ocorrem não só em nível fisiológico, mas também em nível psicológico, emocional e social. A presença de uma estomia pode resultar assim, num primeiro momento, em uma morbidade psicológica, contribuindo para uma diminuição / deterioração da sua qualidade de vida.

 

A este questionamento, as respostas abrangeram ainda manifestações de sentimentos negativos que envolveram a realização da estomia, tais como choro, tristeza, infelicidade, perda da vontade de viver e revolta. Essa negatividade foi muito enfatizada pelo paciente de menor idade da amostra estudada, da faixa etária de 30 a 40 anos.

 

Com relação aos cuidados realizados com a estomia, todos os paciente foram unânimes (100%) em afirmar que no início necessitaram de ajuda, de familiares e / ou profissionais para o manuseio devido o fato de não se encontrarem em condições para tal, porém a necessidade os levou a manusear o estoma.

 

...No começo era minha irmã que ponhava ne mim, ela limpava, enxugava do jeito que a enfermeira ensinou, um dia minha irmã foi na igreja e a bolsinha escapou e eu tive que me virar, fui na frente do espelho e daí nunca mais eu chamei ela.

 

Tal afirmativa corrobora com os achados de Barnabé e Dell’Acqua6. Os autores anteriormente citados identificaram relatos onde os pacientes tiveram ajuda para cuidar da bolsa por alguma dificuldade que possuíam, mas com o passar do tempo, a maioria deles passou a realizar o autocuidado.

 

Neste momento identificou-se, tal como Barnabé e Dell’Acqua6, a denominação dada ao estoma pelos pacientes como “aquela coisa, trequinho, esse negócio, bolsinha”.

 

Quanto à alteração nas atividades de lazer, os paciente foram unânimes (100%) em afirmar que as atividades que realizavam antes do procedimento não foram retomadas após o mesmo, afirmando que preferem ficar em casa a sair para se distrair.

 

...Ah, após eu não pratiquei mais nada porque eu viajava muito, mas antes eu jogava futebol... risos.

 

Além das dificuldades emocionais, a estomia gera uma série de alterações de ordem física que prejudica o convívio social, principalmente aquelas relacionadas a falta do ânus e à presença de um orifício no abdome por onde passa a eliminar as fezes. Para Santos15 como conseqüência, a pessoa, não raramente, sente-se muito diferente das outras e até mesmo excluída.

 

Os pacientes estomizados enfrentam a perda da auto-estima, o que pode levar a um sentimento de desprestígio diante da sociedade. A perda percebida pela pessoa imediatamente após a estomia é a da função fisiológica e anatômica de defecar. Com isso, o estomizado é uma pessoa que não irá sentar-se num vaso sanitário, tendo que, discretamente, despejar suas fezes e enfrentar um ânus artificial que não possui mais controle.

 

Com relação à atividade sexual após a estomia, os pacientes foram unânimes (100%) em afirmar que mudou.

 

...Antes era normal, após mudou radical, mas o médico me falo que isso depois a gente coloca uma prótese, eu fico até chateado, sempre fui ativo... (choro).

 

Segundo Cassero e Aguiar16 os estomizados relatam que é difícil reassumir a atividade sexual tanto pela vergonha de sua nova imagem ou a não aceitação por parte do parceiro como por complicações cirúrgicas que estão associadas à insegurança, à eliminação involuntária dos flatos, ao odor, ao medo da bolsa estourar e ao medo de rejeição, principalmente no que se refere ao parceiro.

 

Alguns estudos mostram que boa parte das dificuldades sexuais também tem origem psicológica, sobretudo devido à vergonha frente ao parceiro, sensação de estar sujo e repugnante, gerando medo de ser rejeitado pelo parceiro/a.

 

Observa-se que o medo e a dor afastam os desejos sexuais e que a falta de orientação e diálogo não deixam que o prazer e a sexualidade voltem a fazer parte da vida desses casais. A orientação para o casal usar práticas alternativas é de suma importância, uma vez que no homem durante a cirurgia de colostomia muitas vezes ocorrem secção de artérias ou nervos responsáveis pela ereção peniana, com conseqüente disfunção eretiva. A satisfação do parceiro sexual, utilizando modos alternativos pode ser satisfatório para ambos. Os profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, necessitam de preparo para intervir junto à integridade geral e sexual desse casal17.

 

Com relação à participação da família em todo o processo, a emoção dos pacientes novamente se destacou, pois com lágrimas nos olhos compartilharam (100%) como foi e está sendo o apoio da família.

 

...Ah, foi tudo, minha família apoiou tudo senão fosse eles ai... (choro)...e você não sabe minha esposa teve câncer na mama, quando eu fiquei sabendo acabou tudo, ela me ajuda muito.

 

Freitas e Pelá17 referem que os pacientes estomizados masculinos recebem maiores cuidados físicos das parceiras sexuais no pós-operatório, tornando-se dependentes físicos, e as mulheres portadoras de colostomias recebem ajuda dos filhos, vizinhos, irmãs ou outro parente ou amiga mulher.

 

Maruiti e Galdeano18 relatam que em geral observa-se que o foco da assistência de enfermagem é o atendimento às necessidades do paciente. No entanto, o paciente não é o único a sofrer com a doença e com a hospitalização, os familiares e outras pessoas envolvidas diretamente com o paciente, compartilham a angústia, o medo e o sofrimento desse momento. Sendo assim é importante que o profissional de saúde dispense atenção aos familiares, com objetivo de facilitar o enfrentamento dessa nova experiência.

 

Segundo Cesaretti11 as implicações do impacto do estoma incidem diretamente sobre o paciente e, indiretamente, sobre a família. Afirma ainda que, sendo a família o primeiro grupo social do paciente, esta desempenha papel fundamental de apoio em todas as fases enfrentadas pelo paciente.

 

Para Cassero e Aguiar16 a alternativa para continuar vivo realçou o entendimento de que se submeter a uma estomia intestinal significava a possibilidade de vencer, ou seja, era uma alternativa de vida.

 

...A gente vai amadurecendo, convivendo, senão fosse a bolsinha eu não estava aqui.

 

As habilidades desenvolvidas pelos indivíduos quanto à troca da bolsa, higienização, foram aprimoradas através da experiência de cada dia e adquiridas com o apoio da família e principalmente do grupo de estomizados que eles freqüentavam.

 

Pereira e Pelá19 ressaltam que participar de um grupo permite ao homem o desenvolvimento de suas habilidades nas suas realizações pessoais, execução de tarefas, divertir-se, oferecer e receber ajuda. É comum, no interior do grupo, o desenvolvimento de um clima de solidariedade, companheirismo e troca de experiências comuns.

 

 

 

Conclusão.

 

Conclui-se que, no grupo estudado, a causa da estomia foi devido câncer (94,7%). A realização do estoma acarretou mudanças no estilo de vida das pessoas, envolvendo a necessidade de aprendizagem da realização do autocuidado, alterações em relação ao estilo de vida das pessoas quanto à participação social e implicações sexuais.

 

Todo o impacto da estomia, para o grupo, foi amparado pela participação dos familiares proporcionando apoio e cumplicidade entre paciente e familiar para lidar com a situação vivenciada.

 

 

 

Referências.

 

1. Gemelli LMG, Zago MMF. A interpretação do cuidado com o estomizado na visão do enfermeiro: um estudo de caso. Rev Latino-am Enfermagem 2002 janeiro-fevereiro; 10(1):34-40.

 

2. INCA Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2008. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/index.asp. Acesso em: 15 mar.2009

 

3. Maruyama SAT. A experiência da colestomia por câncer como ruptura biográfica, na visão dos portadores, familiares e profissionais de saúde: um estudo etnográfico [tese]. Ribeirão Preto (SP): USP/EERP/Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Fundamental; 2004.

 

4. Sonobe HM, Barichelo E, Zago MMF. A visão do colestomizado sobre o uso da bolsa de colestomia. Rev Bras Cancerol 2002 julho-agosto-setembro; 48(3):341-48.

 

5. Mendonça RS, Valadão M, Castro L, Camargo TC, et al. A importância da consulta de enfermagem em pré-operatório de estomias intestinais. Rev Bras Cancerol 2007 outubro-dezembro; 53(4):431-35.

 

6. Barnabé NC, Dell’Acqua MCQ. Estratégias de enfrentamento (coping) de pessoas estomizadas. Rev Latino-am Enfermagem 2008 julho-agosto; 16(4):712-19.

 

7. Cascais AFMV, Martini JG, Almeida PJS. O impacto da estomia no processo de viver humano. Texto Contexto Enferm. 2007 janeiro-março; 16(1):163-67.

 

8. Silva AL, Shimizu HE. O significado da mudança no modo de vida da pessoa com estomia intestinal definitiva. Rev Latino-am Enfermagem 2006 julho-agosto; 14(4):438-90.

 

9. Matheus MQ, Leite SMC, Dázio EMR. Compartilhando o cuidado da pessoa ostomizada. Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária; 2004 setembro 12-15; Belo Horizonte; Brasil; 2004.

 

10. Santos VLCG, Cesaretti IUR. Assistência em estomoterapia: cuidando do estomizado. 1ED. São Paulo: Atheneu; 2000.

 

11. Cesaretti IUR. Impacto do estoma sobre o paciente e a família, e a atuação da equipe de saúde. Acta Paulista Enfermagem 2003 São Paulo; 16(14):96-102.

 

12. Bauer MW, Gaskell G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Vozes 2002.

 

13. Bellato R, Pereira WR, Maruyama SAT, Oliveira PC, et al. A convergência cuidado-educação-politicidade: um desafio a ser enfrentado pelos profissionais na garantia aos direitos à saúde das pessoas portadoras de estomias. Texto Contexto Enferm. 2006 abril-junho; 15(2):334-42.

 

14. Maruyama SAT, Zago MMF. O processo de adoecer do portador de colestomia por câncer. Rev Latino-am Enfermagem 2005 março-abril; 13(2):216-22.

 

15. Santos VLCG. Fundamentação teórico-metodológica da assistência aos estomizados na área da saúde do adulto. Rev Esc Enf USP 2001 março; 34(1):59-63.

 

16. Cassero PAS, Aguiar JE. Percepções emocionais influenciadas por uma estomia. Rev Saúde e Pesquisa 2009 maio-junho; 2(2):23-7.

 

17. Freitas MRI, Pelá NTR. Subsídios para a compreensão da sexualidade do parceiro do sujeito portador de colestomia definitiva. Rev Latino-am Enfermagem 2000 setembro-outubro; 8(5):28-33.

 

18. Maruiti MR, Galdeano LE. Necessidades de familiares de pacientes internados em unidades de cuidados intensivos. Acta Paulista Enferm. 2007 janeiro-março; 20(1):37-43.

 

19. Pereira APS, Pelá NTR. Atividades grupais de portadores de estoma intestinal definitivo: a busca da aceitação. Rev Enfermagem UERJ 2006 outubro-dezembro; 14(4):574-79.

 

 

 

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Paulista UNIP, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem, sob orientação da Profa Dra Adriana Aparecida Delloiagono de Paula, 2009.

 

 

 

Publicação: 25/06/2010.

 

 

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